Inventar, criar e criatividade.

         Definindo Inventar como fenômeno decorrente da interação de conhecimentos pré-existentes, que acaba por gerar algo novo. Que não vem apenas resolver um problema, como é o caso da criatividade, mas sim ampliar as questões com um novo olhar sobre determinado objeto.
Partindo da ideia de que “Nada vem do Nada”, entendemos então que o ato de “inventar” e “criar” têm como material fomentador todo o conhecimento presente no sujeito que realiza a ação.

      A Autora Virginia Kastrup comenta que não há diferença significativa nas definições entre Inventar e Criação.

         Tentando entender melhor se existe e qual seria a diferença entre Criar e Inventar penso que ao Criar algo, o sujeito criador já tinha como objetivo e finalidade “criar algo”. A partir de um problema visualizado, o sujeito tentar Criar uma solução. Na invenção não existe a finalidade ou o problema a ser solucionado. A invenção vem de diversos conhecimentos, que até então, não tinham relação com o objeto inventado. Não havia um problema a ser resolvido ou um objetivo claro. É a descoberta acidental de soluções ou de outros problemas.

          Criatividade seria a habilidade do sujeito em encontrar soluções para problemas, usando como ferramenta o conhecimento preexistente, em novas abordagens para o problema encontrado. Soluções originais, usadas em contextos certos.

         Temos que criar um outro conceito de criação? Eduardo Viveiros de Castro.
Entre diversos assuntos abordados que influenciam a criação, como os direitos autorais e a democratização da informação graças a internet, o que me chamou mais  atenção devido ao meu interesse antigo sobre esse assunto, foi a observação sobre o Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade. Junto a frase de Chacrinha “ Nada se cria, tudo se copia”
A discussão sobre a verdadeira identidade nacional, onde alguns nos levam a entender que nossa origem estaria na cultura indígena. Tentar encontrar nossa identidade “original” e combater a cultura externa que está presente na nossa atualidade. Encontrara ou criar algo “puro”, onde se encarnaria o espírito brasileiro, desconsiderando já toda influencia e enraizamento da cultura externa, a meu ver, é um erro.

Neste ponto, o Manifesto Antropofágico ainda se faz necessário na tentativa de criar uma linguagem cinematográfica, por exemplo. 

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